Planejar aulas e avaliação
Uma impressão que permanece desde nosso tempo de estudante é de que uma prova marca um fim de uma etapa: o professor dá uma sequência de aulas e, quando acha que já é suficiente, marca uma avaliação. Esta abordagem traz um problema: ela faz parecer que o propósito das aulas não era ensinar, mas preparar os alunos para fazer uma prova. E isso não é bom. Responder uma prova não pode ser a finalidade da aprendizagem, mas parte dela.
Assim, quando o professor vai preparar suas aulas, ele também deve preparar, junto, a prova que pretende aplicar em algum momento. Isso é especialmente necessário se a gente entender que a prova não serve para descobrir qual aluno sabe mais e qual sabe menos, mas para avaliar se as escolhas e métodos do professor deram resultado.
Por isso, o tipo de avaliação também precisa ser planejado junto com a aula. Vamos tomar em um exemplo da Matemática: imagine que uma professora deu seis aulas sobre multiplicação entre números de dois algarismos e, no final, termina a sequência com uma prova de teste. Neste cenário, ela jamais vai conseguir avaliar se os alunos sabem os mecanismos da multiplicação, porque só é possível julgar as respostas das alternativas.
Para resumir: quando for preparar suas aulas, pense: qual é a melhor maneira de avaliar esse conteúdo que eu vou ensinar? Qual parte dele é mais importante? Qual prova vai me dar mais informações sobre a aprendizagem dos meus alunos? Avaliações melhor elaboradas não significam que seus alunos vão tirar notas mais altas, mas que os resultados vão ser mais fieis àquilo que eles conseguiram ou não aprender – e esta informação é fundamental para o prosseguimento das aulas.
A seguir, faço um comentário sobre os tipos de provas mais comuns na sala de aula, apontando o que eu considero vantajoso e desvantajoso em cada um deles. Vale dizer, antes de começar, que estes pontos não fazem um modelo de prova ser melhor do que o outro, mas somente mais adequado para certas situações.